Aniversário de Jordão e Manuela Machado


Hoje fazem anos dois vultos sportinguistas de relevo: Jordão (65 anos) e Manuela Machado (54 anos)

Jordão foi um dos mais notáveis produtos da interminável fonte, que durante anos a fio forneceu dezenas de jogadores ao futebol português, com origem nas ex colónias africanas.
Rui Jordão principiou a jogar futebol no Sporting de Benguela, onde foi descoberto pelos grandes clubes de Lisboa. Chegou ser falado para o Sporting, mas uma lesão contraída numa prova de Atletismo em que foi vice-campeão nos 80 metros, e alguma hesitação da parte dos Leões, permitiu a antecipação do Benfica que pagou apenas 30 contos por ele.
Chegou a Lisboa como uma grande promessa, e não defraudou as expectativas, pois logo na sua primeira época nos seniores, ajudou a conquistar uma "dobradinha" e chegou à Selecção A, que representou na Taça da Independência do Brasil disputada em 1972, onde marcou 2 golos e ganhou o rótulo de “Novo Eusébio”.
Tornou-se então num jogador importante no Benfica, conquistando vários títulos e sagrando-se como o melhor marcador do Campeonato Nacional de 1975/76.
Assim foi com naturalidade que despertou a cobiça de clubes estrangeiros, transferindo-se para o Saragoça de Espanha, que pagou 9 mil contos pelo seu passe, mas não se adaptou e resolveu regressar a Portugal no final do primeiro ano do seu contrato.
Apesar do interesse do Benfica, optou pelo Sporting, onde esteve nove anos, de 1977 a 1986, formando com Manuel Fernandes uma dupla temível, e conquistando dois Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e uma Supertaça.
Nas suas duas primeiras duas épocas de verde e branco, foi fustigado por lesões, uma delas uma dupla fractura na tíbia e no perónio, provocada por uma entrada violenta do defesa benfiquista Alberto. No entanto recuperou e voltou a ser o grande jogador que fora, atingindo o auge da sua carreira e ganhando um lugar na história do Sporting, como um dos seus melhores avançados de sempre, tendo marcando 186 golos num total de 286 jogos oficiais disputados ao serviço da equipa principal do Clube, e sagrando-se novamente o melhor goleador do Campeonato Nacional, na época de 1979/80, com 31 golos marcados, que foram decisivos para o titulo conquistado nessa temporada. Esse feito valeu-lhe o Prémio Stromp na categoria Atleta Profissional em 1980
Seria também decisivo na época de 1981/82, ao marcar os três golos com que o Sporting derrotou o Benfica em Alvalade, num jogo determinante para a conquista desse campeonato, onde Jordão e Manuel Fernandes passaram a ter a companhia de António Oliveira, com quem formaram uma linha avançada inesquecível.
Na Selecção também conquistou um lugar cativo, totalizando 43 internacionalizações e marcando 15 golos, com destaque para os dois que fez na meia-final do Campeonato da Europa de 1984, que Portugal perdeu com a França, por 3-2 no prolongamento.
Abandonou o Sporting à beira dos 34 anos, fazendo então um interregno na sua brilhante carreira, mas não resistiu aos apelos do seu velho companheiro Manuel Fernandes, a quem se juntou no Vitória de Setúbal na temporada de 1987/88, ainda a tempo de jogar mais duas épocas e de somar mais três internacionalizações.
Após ter encerrado a sua carreira como futebolista, tornou-se pintor, afastando-se definitivamente do mundo do futebol.
 

Manuela Machado iniciou a sua carreira de atleta no Montinho Meadela, um pequeno clube da sua terra, mas foi ao serviço do Sporting de Braga que mais se destacou, formando uma super equipa com atletas como Conceição Ferreira, Albertina Machado, Rosa Oliveira e Fernanda Marques, que entre 1987 e 1993 conquistaram 7 Taças dos Campeões Europeus de Corta Mato consecutivas, com Manuela Machado a obter dois 4ºs lugares como as suas melhores classificações individuais nesta competição.
Esta mesma equipa também ganhou 7 Taças dos Campeões Europeus de Estrada, entre 1986 e 1993, tendo aqui Manuela Machado obtido um 3º lugar como melhor classificação individual.
No entanto foi na Maratona que Manuela Machado mais se notabilizou. Estreou-se em 1988 com um 5º lugar em Paris, resultado que melhorou uma posição no ano seguinte.
Em 1990 foi 10ª classificada nos Campeonatos da Europa realizados em Split, naquela que foi a sua primeira participação numa grande competição internacional. No ano seguinte foi 7ª classificada nos Mundiais de Tóquio, repetindo essa classificação nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, onde completou a sua 10ª Maratona, depois de nesse ano ter obtido um 4º lugar em Boston, fixando o seu recorde pessoal em 2,27,42h.
Em 1993 fez parte de uma Selecção Nacional que ficou em 3º lugar no Campeonato do Mundo de Meia Maratona, embora tenha desistido nessa prova, mas nos Mundiais de Atletismo de Estugarda, ganhou a Medalha de Prata na Maratona e três meses depois conseguiu a sua primeira vitória na prova mais dura do Atletismo, ao ganhar a Maratona Nacional, o seu primeiro título em termos individuais.
Em 1994 nos Europeus de Helsínquia conquistou a sua primeira Medalha de Ouro, um feito que repetiu no ano seguinte nos Mundiais de Gotemburgo, com a marca de 2,25,39h, um novo recorde pessoal. Esta vitória valeu-lhe um carro da marca Mercedes a propósito do qual disse:
Manuela Machado foi anunciada oficialmente como atleta do Sporting Clube de Portugal a 17 de Outubro de 1995, numa altura em que apostava tudo nos Jogos Olímpicos de 1996 que se disputaram em Atlanta, onde repetiu o 7º lugar que tinha obtido em Barcelona, um resultado decepcionante depois de uma época onde tinha sido 2ª classificada na Maratona de Londres (Abril 1995) e na Maratona de Nova Iorque (Novembro 1995) e triunfado na Meia Maratona do Seixal, nos 20 km de Almeirim e na Meia Maratona de Málaga.
Nessa sua primeira época ao serviço do Sporting, ajudou a equipa a ganhar o Campeonato Nacional, vencendo a corrida dos 10000m, e fez parte da equipa que ficou no 3º lugar do Grupo B da Taça dos Campeões Europeus, vencendo a corrida dos 5000m dessa competição. Na época seguinte Manuela Machado ficou em 2º lugar na Maratona de Tóquio, completando assim a sua 20ª Maratona sem nunca ter desistido, e ajudou o Sporting a ganhar o Campeonato Regional de Corta Mato, competição onde ficou no 2º lugar, logo atrás de Ana Dias, participando ainda em mais uma vitória no Campeonato Nacional de Atletismo, vencendo a corrida dos 5000m, para além de ter integrado a equipa que ganhou o Grupo B da Taça dos Campeões Europeus, obtendo o 2º lugar na corrida dos 5000m dessa competição.
Terminou a temporada de 1997 em grande, ao conquistar a Medalha de Prata na Maratona dos Mundiais de Atenas, por coincidência no dia do seu aniversário e no final da época resolveu regressar ao Sporting de Braga, onde ainda nesse ano foi Campeã Nacional de Estrada.
Em 1998 em Budapeste voltou a sagrar-se Campeã Europeia da Maratona, batendo o recorde destes campeonatos que pertencia a Rosa Mota, ao percorrer a distância em 2,27,10h, e no ano seguinte foi 3ª classificada na Maratona de Londres onde fez a sua melhor marca de sempre, percorrendo os 42195m em 2,25,09h, mas no final do ano ficou apenas no 7º lugar na sua 5ª presença nos Campeonatos Mundiais, que nessa altura se disputaram em Sevilha.
Finalmente nos Jogos Olímpicos de 2000 em Sidney, foi traída pela doença e terminou em 21º lugar, quase com 40º de febre.
.Em Novembro de 2000 em Lisboa fez a sua 28ª e última Maratona, terminando no 2º lugar e despedindo-se da alta competição quando tinha 37 anos de idade.
Participou ainda duas vezes nos Campeonatos do Mundo de Corta Mato, obtendo como melhor classificação um 40ª lugar em 1993 e representou Portugal nos Campeonatos Ibero-Americanos de 1998, conquistando a Medalha de Bronze na corrida dos 10000m.
Foi diversas vezes condecorada pelo governo português e em 1999 recebeu em Madrid das mãos do Rei de Espanha, o Troféu Comunidade Ibero-Americana, galardão que serve para homenagear os desportistas que mais se distinguiram no ano anterior.
A eles, os parabéns do Núcleo de Sintra!

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